Crianças brincando juntas simbolizando desenvolvimento infantil

O que é TEA?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiologica que afeta diferentes áreas do desenvolvimento humano, como a comunicação, interação social, desenvolvimento cognitivo e o comportamento.

Caracteriza-se por padrões repetitivos, interesse restrito e sensibilidades sensoriais. É chamada de “Espectro” porque engloba uma grande variedade de características e níveis de suporte, sendo apresentado de formas diferentes nos indivíduos diagnosticados (OMS, 2022).

Principais Características

  1. Dificuldades na comunicação: contato visual reduzido, atraso ou ausência de fala e dificuldades na compreensão de expressões faciais, ironia ou linguagem figurativa.
  2. Comportamentos repetitivos e/ou restritos: resistência com quebra de rotina, interesses intensos e específicos (hiperfoco) e movimentos repetitivos como o balançar as mãos (estereotipias).
  3. Sensibilidades sensoriais: pode ser dividido em:
    • Hipersensibilidade: sensibilidade extrema a sons, texturas ou cheiros.
    • Hipossensibilidade: pouca resposta a dor, temperatura ou estímulos sensoriais.

Causas e Fatores Associados

  1. Genética: Cerca de 80-90% dos casos possuem influência genética, mas sem um gene específico definido (Geschwind & State, 2015, p. 52).
  2. Fatores ambientais: Complicações na gravidez ou exposição a certas substâncias pode influenciar, mas não necessariamente ser a causa definida (Baio e tal., 2018).
  3. Diferenças na estrutura cerebral: Estudos indicam que autistas apresentam relações neuronais distintas, afetando o processamento de informações (Autism Research Centre, 2003).

Diagnóstico

  1. Pode ser feito a partir dos 18 meses, mas em média ocorre entre os 3-4 anos (CDC, 2018).
  2. Requer avaliação multidisciplinar com:
    • Observação comportamental
    • Testes padronizados
    • Análise do histórico de desenvolvimento
  3. Mulheres frequentemente recebem o diagnóstico tardio por conta do fenômeno “masking” (camuflagem social, capacidade de imitar comportamentos neurotipicos) (Lai et al., 2017).

Tratamento e Apoio

  1. Não há cura, mas com intervenções precoces e ajuda medicamentosa os déficits tendem a melhorar.
  2. As adaptações educacionais, profissionais e conscientização são essenciais para a inclusão dos indivíduos.
  3. Aceitação e apoio familiar são fundamentais para o desenvolvimento e qualidade de vida da pessoa autista.

Mitos e Verdades

Autismo é uma doença? MITO! O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento. Não é considerado uma doença, pois não é transmissível e curável.

Fatores genéticos são predominantes? VERDADE! A herança familiar tem grande influência, mas fatores ambientais também podem contribuir. A causa exata ainda tem sido estudada.

Autistas não sentem empatia? MITO! Autistas possuem sentimentos, apesar de expressarem através de diferentes formas ou ter dificuldades em reconhecer emoções.

Intervenção precoce é crucial? VERDADE! Estudos mostram que intervenções antes dos 3 anos colaboram significativamente com o desenvolvimento.

Autismo só afeta durante a infância? MITO! O autismo é vitalício, sendo uma condição que também apresenta desafios na vida adulta.

Diversidade no espectro? VERDADE! Cada autista é único, com diferentes habilidades e necessidades. Alguns são independentes enquanto outros necessitam de apoio contínuo.

Referências

  1. Autism Research Centre. (2023). Neurobiological findings in ASD. University of Cambridge.
  2. Baio, J., Wiggins, L., Christensen, D. L., et al. (2018). Prevalence of autism spectrum disorder among children aged 8 years - Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 11 sites, United States, 2014. MMWR Surveillance Summaries, 67(6), 1-23.
  3. Centers for Disease Control and Prevention. (2018). Autism spectrum disorder (ASD): Data and statistics.
  4. Geschwind, D. H., & State, M. W. (2015). Gene hunting in autism spectrum disorder: On the path to precision medicine. Neuron, 87(1), 49-68.
  5. Lai, M.-C., Lombardo, M. V., Auyeung, B., Chakrabarti, B., & Baron-Cohen, S. (2017). Sex/gender differences and autism: Setting the scene for future research. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 56(1), 11-24.
  6. Organização Mundial da Saúde. (2022). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID-11.

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